domingo, 15 de janeiro de 2012

Luto na MPB

A MPB não está em luto pela morte de algum cantor ou compositor, Mas algo, que considero, muito mais triste e lamentável e totalmente aceito para se entrar em luto. É pela Nana Caymmi, filha do eterno Dorival. Ela não está doente para este luto. Ela está se afastando da música e dos palcos. Por um motivo lamentável.
Nana está se afastando dos palcos pois não se conforma com os atuais rumos da MPB. “Primeiro que eu não gosto do que está acontecendo com a música. E essa gente que vem, que lota salas, muitos não tem a menor noção de quem são as pessoas. Tem muitos sim, que sabem: Mãe, avó, bisavô, que sabe do cancioneiro, mas tem outras não, que estão ouvindo o que está tocando agora, que é uma vergonha nacional”. Lamentável.
Enquanto o povo ouve 'Ai se eu te pego' e outras babaquisses que são erroneamente chamadas de música, que nem letra possuem, personagens como Nana, com belíssima voz e música, se afasta em definitivo. “Eu prefiro parar porque eu não tenho mais estrutura para ouvir o que está tocando, nem na televisão, nem no rádio”. É triste.


Espero, com esperança, que um dia a MPB volte a ser como antes. Duvido que apareça outro Adoniran, Chico, Noel, Ivone ou qualquer grande ícone da MPB. Mas espero que possam ter no cenário musical deste estilo, artistas que possa e deva ser respeitado, para que a MPB possa ser considerado de volta um estilo musical atual. E como diria Rolando Boldrin, grande defensor da legítima música brasileira, "vamos tirar o Brasil da gaveta". Para mim, vendo estes acontecimentos, não há mais o que fazer, o Brasil que está na gaveta já mofou e está cheirando à podridão de sua atual música de sucesso.

Um comentário:

  1. Infelizmente 90% dos jovens não tem parâmetro para poder discernir o que presta do que não.
    Para que vocês tenham uma idéia, meu neto de 8 anos não ouviu nem a eguinha pocotó, portanto, está sem nenhuma referência musical.
    É trite, mas infelizmente a TV ficou burra muito burra demais...
    Quando passar um carro tocando aqueles magníficos funks, dance é o que nos resta.

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