sábado, 2 de abril de 2011

A morte nos sambas

Vários compositores, sejam de samba ou de outros estilos, já compuseram músicas que tratam da morte. Um assunto tão polêmico e pouco falado na sociedade tratado em alguns versos, muitas vezes geniais, de alguns corajosos cantores e compositores.


Vamos retratar aqui os três mais conhecidos no samba.


Primeiramente a música de Noel Rosa, o compositor da Vila, que trata a morte como um evento que não deve ter choro. Não deve ter vela. Deve ter fita amarela.
"Quando eu morrer, não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela"
Noel morreu precocemente, aos 27 anos. Ao contrário do que foi dito em seus versos o velório foi marcado pelo choro e pelo inconformismo de sua morte. Ao invés da faixa amarela, um merecido violão de ouro.


A segunda música que pretendo fazer referência é de Nelson Cavaquinho. Segundo a música "Quando eu me chamar saudade" devemos ser homenageados agora. Ser lembrados e queridos agora. Não quando se chamar saudade.
"Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais"
Parece que o pedido de Nelson foi aceito. Muito celebrado em vida. Mas após sua morte poucas coisas são realizadas em sua memória.


A última obra que pretendo ressaltar é de Ataulfo Alves. No seu samba "Na cadência do samba", composto por ele e Paulo Gesta, diz que quer morrer numa batucada de bamba. Na cadência bonita do samba.
"Eu quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba"
 Não morreu na cadência do samba. Mas morreu lembrado pelos seus sambas antológicos.Morreu lembrado pela sua cadência bonita de samba.

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