Show em Homenagem à Gilberto Gil - Resultados

Ontem fui à um show diferente dos que estou acostumado. Era uma homenagem ao cantor e compositor Gilberto Gil. O espetáculo foi promovido pelo trompetista Guizado e com as participações especiais de Karina Buhr, Marcia Castro e Maria Alcina. A apresentação foi uma agradável surpresa, como poderá ser lido no meu relato abaixo.

A primeira a subir ao palco foi Karina Buhr. Não a conhecia profundamente e foi um tanto quanto espantosa a chegada dela ao palco. Com atitudes e roupas diferentes, impressionou a primeira vista. Cantou quatro músicas de Gil, tal qual 'Toda Menina Baiana', e apresentou ter uma boa voz. Gostei bastante dela. Mostrou ser diferente do normal de uma forma bem interessante. Foi uma agradável surpresa.

Em seguida, entrou no palco a cantora Maria Castro. Já conhecia um pouco do seu trabalho e já esperava uma boa apresentação, que foi o que ocorreu. Cantou de uma forma gostosa de se ouvir. Dentre as composições de Gil cantadas por ela, 'Andar com Fé', com certeza, foi a que marcou sua apresentação. Mostrou ser uma cantora de extrema qualidade.

Por último, subiu ao palco a talentosíssima Maria Alcina. O público aplaudiu com um entusiasmo diferente, até fazendo com que ela se emocionasse. A cantora mineira começou cantando 'Expresso 2222', fazendo todo o público cantar junto. Além disso, a energia emanada pela cantora é impressionante. Faz com que até as pessoas mais paradas se animem. Em seguida, cantou 'Realce', fazendo cristalizar em mim a certeza de que essa foi a mais bonita interpretação dessa música de Gil. Foi fantástico. Até mesmo a Maria Alcina disse, ao terminar a música, que tinha se arrepiado toda.

Por fim, cantou 'Filhos de Gandhi', sendo que no meio da música as outras duas cantoras vieram cantar junto e encerraram o show. Ao fim deste post está um trecho da interpretação de Maria Alcina da música 'Expresso 2222', onde ela me vê filmando e acaba apontando para a câmera.

Por fim, devo dizer que o show foi sensacional. A performance de Guizado e toda sua banda foi muito boa. Conhecia muito pouco a obra deste trompetista e me deixou boquiaberto em muitos momentos da apresentação. Karina Buhr e Marcia Castro também foram ótimas. Porém, devo dizer que Maria Alcina foi o grande brilho da apresentação. Roubou toda a cena e mostrou ser uma das melhores cantoras brasileiras ainda em atividade. Simplesmente fantástica.

Emílio Santiago

Faleceu hoje, aos 66 anos, o cantor Emílio Santiago, após sofrer um forte AVC e ficar internado desde o dia 7 de Março na UTI de um hospital do Rio de Janeiro. Com toda a certeza, o Brasil perdeu uma grande voz e uma grande personalidade.

Emílio foi responsável por gravações memoráveis do cenário da MPB. 'Saigon', 'Verdade Chinesa' e tantos outros clássicos da música brasileira que ficaram impecáveis na voz deste cantor excepcional. Com certeza, não haverá tão cedo um cantor com a mesma qualidade vocal que Emílio tinha. Aliás, faço minhas as palavras da cantora Alcione:

"Como é que o Brasil vai poder viver sem essa voz? Como é que eu vou poder viver sem meu amigo? Sempre cantávamos juntos. Tenho horas que me sinto viúva do Emílio. Um grande irmão e amigo. Perdemos uma voz. O Brasil ficou sem voz. Agora só temos o Cauby."

À BENÇÃO, EMÍLIO SANTIAGO. 

Agenda SESC - Março/Abril

Como todo ano, a agenda do SESC em relação à shows começa de verdade somente entre os meses de Março e Abril. Então, na primeira edição do ano para o Agenda SESC, mesclei o final do mês de Março e os shows já agendados de Abril. Além disso, para maiores informações sobre as unidades em questão, clique AQUI.,

SESC IPIRANGA

- homenagem à gilberto gil

O trompetista Guizado está fazendo uma série de shows em homenagem à Gilberto Gil e sua vasta obra musical. Para isso, irá realizar dois shows no SESC Ipiranga, com participações especiais. O primeiro show, do dia 21 de Março, receberá cantoras como Céu e Anelis Assumpção. O segundo show, do dia 22 de Março, receberá Maria Alcina, Karina Buhr e Marcia Castro. Ambos acontecem às 21h e os ingressos variam de R$5 à R$20.

- the fevers

Famosos devido à Jovem Guarda, o grupo fez um grande sucesso nos anos 60. Com 44 anos de estrada, o grupo já vendeu 11 milhões de cópias entre LPs e CDs. No show, eles relembrarão os grandes sucessos da carreira e da Jovem Guarda. O show acontece no dia 24 de Abril, às 16h. Ingressos vão de R$5 à R$20.

SESC SANTO ANDRÉ

- renato teixeira

Autor de sucessos como 'Romaria', 'Tocando em Frente' e 'Amora', Renato Teixeira realiza um show inovador onde mostra novas roupagens à suas músicas, juntamente com seus filhos João Lavraz e Chico Teixeira. A apresentação acontece nos dias 27 e 28 de Abril, às 20h e 21h, respectivamente. Ingressos variam de R$8 à R$32.

SESC SÃO CAETANO

- originais do samba

Grupo famoso na década de 60, principalmente por ter como integrante o humorista Mussum, irá realizar um show gratuito e a céu aberto apresentando seus maiores sucessos como 'Do Lado Direita da Rua Direita'. A apresentação acontecerá 20 de Abril, às 16h, no Parque Chico Mendes - Espaço Cerâmica.

SESC VILA MARIANA

- lenine

Lenine apresenta seu mais recente álbum, 'Chão', onde explora as mais diferentes sonoridades possíveis. Além disso, apresentará regravações de sucessos de Milton Nascimento, Ney Matogrosso e Gilberto Gil. Os shows acontecem entre os dias 5 e 7 e 12 e 14 de Abril, sendo às 21h às sextas e sábados e às 18h nos domingos.

- quinteto em branco e preto

O espetáculo, denominado 'Samba 70', apresenta sucessos da década de 70. Além disso, o grupo apresentará sucessos próprios. A apresentação será no dia 30 de Abril, às 21h. Ingressos entre R$6 e R$24.

A Morte da Música Brasileira

Primeiramente, devo pedir desculpas ao público do blog. Não tenho tido tempo de escrever posts, deixando o blog um tanto quanto parado nos últimos dias. Porém, posso dizer que esse quase um mês de silêncio me serviu para uma coisa: fazer uma análise profunda dos rumos atuais da música brasileira. Falei, em inúmeros posts, sobre a minha opinião. Porém, sempre foi algo raso e motivado por algum outro assunto. Agora, resolvi fazer um texto somente dedicado à este tema. Aliás, o motivo que me levou a postar menos no blog me ajudou a compor esta crítica, já que ela é baseada em uma de minhas aulas da faculdade.
Para tal análise, resolvi pegar um tema específico e ver o desenvolvimento dele através das décadas na MPB: o amor. Como o amor foi tratado através das décadas?
Para iniciar, comecei com uma belíssima canção da década de 60: 'As Rosas Não Falam', do mestre Cartola. A música é um verdadeiro poema. Trata o amor com o respeito que merece. Além disso, a mulher é tratada de forma sublime, sem perjúrios ou tornando-a objeto.

Avançando uma década, chegamos nos anos 70. A música continua sendo reproduzida de forma clara, limpa e sem nenhum tipo de desrespeito.  Um exemplo claro, é a música de Tom e Vinicius que ainda é um hino ao amor nos dias de hoje: 'Eu Sei Que Vou Te Amar'. Porém, já pode ser notado um pequeno início de comercialização da música que a Bossa Nova introduziu para tentar difundir a MPB pelo mundo. 

Avançando para a década de 80, temos o irretocável Milton Nascimento. Saindo um pouco do relacionamento puramente amoroso, e indo para o amor entre amigos, com a música 'Canção da América', um hino à amizade até hoje.

Agora, avançando mais um pouco, chega-se aos anos 90. Década do rock, o grupo 'Ira!' fazia sucesso com 'Girassol'. A partir desse momento, a música já tinha claras influências comerciais. Porém, a letra continuava relativamente respeitosa.

Agora, vamos ao verdadeiro cerne deste post: os dias atuais. Em minha opinião, pode-se dizer que a música brasileira morreu. É um verdadeiro show de horrores. Não há letra, não há respeito. As mulheres, que são, em sua maioria, ativistas pró feministas, cantam e escutam músicas que as tratam como verdadeiros objetos. Além disso, é possível perceber que o dadaísmo, corrente de vanguarda europeia, voltou a ser moda nos dias atuais. Uma reunião de sílabas sem sentido permeiam a música brasileira. Abaixo, um exemplo claro do rumo podre que a música tomou.

É uma pena. Antes éramos admirados pelas músicas belas e bem formadas que produzíamos. Fizemos com que Frank Sinatra até as adaptasse. Agora, vemos a morte dela. Letras puramente eróticas, sem nenhuma beleza, sem nenhuma sutileza na harmonia. É, simplesmente, um enlatado pronto, sem qualidade, vindo diretamente da produtora.

Um bom programa de TV para analisar tais constatações é o 'Esquenta', da TV Globo. Comandado pela Regina Casé, ele não é um programa ruim. Porém, às vezes martiriza o telespectador com grupos musicais ou cantores da mais baixa qualidade, como no caso da última apresentação, no dia 10 de Março, onde um grupo de funk cantou o sucesso "Lek, Lek, Lek". Uma ''''música'''' que assombra pela falta de sentido.

Sinceramente, não espero que com essa crítica eu mude o péssimo gosto popular brasileiro. Nem espero que o Gusttavo Lima escreva uma música tão boa quanto Cartola. Aliás, dizem que as artes são um reflexo da situação social do país. Então, estamos bem mal. E não espero que um povo que goste de 'Eu quero Tchu, Eu quero Tchá' aprecie uma música de verdade.

Só espero que as pessoas deem mais valor aos ainda bons músicos dos dias atuais. Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Demônios da Garoa, Toquinho, Djavan e muitos outros que produzem MÚSICA. E não um lixo enlatado.

Por fim, peço que comentem. Não sei se estou falando ou pensando besteira sobre o que a música brasileira se tornou. Por favor, apenas digam se concordam ou não. Preciso saber se só eu acho Naldo, Michel Teló e cia. ruim.