segunda-feira, 11 de março de 2013

A Morte da Música Brasileira

Primeiramente, devo pedir desculpas ao público do blog. Não tenho tido tempo de escrever posts, deixando o blog um tanto quanto parado nos últimos dias. Porém, posso dizer que esse quase um mês de silêncio me serviu para uma coisa: fazer uma análise profunda dos rumos atuais da música brasileira. Falei, em inúmeros posts, sobre a minha opinião. Porém, sempre foi algo raso e motivado por algum outro assunto. Agora, resolvi fazer um texto somente dedicado à este tema. Aliás, o motivo que me levou a postar menos no blog me ajudou a compor esta crítica, já que ela é baseada em uma de minhas aulas da faculdade.
Para tal análise, resolvi pegar um tema específico e ver o desenvolvimento dele através das décadas na MPB: o amor. Como o amor foi tratado através das décadas?
Para iniciar, comecei com uma belíssima canção da década de 60: 'As Rosas Não Falam', do mestre Cartola. A música é um verdadeiro poema. Trata o amor com o respeito que merece. Além disso, a mulher é tratada de forma sublime, sem perjúrios ou tornando-a objeto.


Avançando uma década, chegamos nos anos 70. A música continua sendo reproduzida de forma clara, limpa e sem nenhum tipo de desrespeito.  Um exemplo claro, é a música de Tom e Vinicius que ainda é um hino ao amor nos dias de hoje: 'Eu Sei Que Vou Te Amar'. Porém, já pode ser notado um pequeno início de comercialização da música que a Bossa Nova introduziu para tentar difundir a MPB pelo mundo. 


Avançando para a década de 80, temos o irretocável Milton Nascimento. Saindo um pouco do relacionamento puramente amoroso, e indo para o amor entre amigos, com a música 'Canção da América', um hino à amizade até hoje.


Agora, avançando mais um pouco, chega-se aos anos 90. Década do rock, o grupo 'Ira!' fazia sucesso com 'Girassol'. A partir desse momento, a música já tinha claras influências comerciais. Porém, a letra continuava relativamente respeitosa.



Agora, vamos ao verdadeiro cerne deste post: os dias atuais. Em minha opinião, pode-se dizer que a música brasileira morreu. É um verdadeiro show de horrores. Não há letra, não há respeito. As mulheres, que são, em sua maioria, ativistas pró feministas, cantam e escutam músicas que as tratam como verdadeiros objetos. Além disso, é possível perceber que o dadaísmo, corrente de vanguarda europeia, voltou a ser moda nos dias atuais. Uma reunião de sílabas sem sentido permeiam a música brasileira. Abaixo, um exemplo claro do rumo podre que a música tomou.


É uma pena. Antes éramos admirados pelas músicas belas e bem formadas que produzíamos. Fizemos com que Frank Sinatra até as adaptasse. Agora, vemos a morte dela. Letras puramente eróticas, sem nenhuma beleza, sem nenhuma sutileza na harmonia. É, simplesmente, um enlatado pronto, sem qualidade, vindo diretamente da produtora.
Um bom programa de TV para analisar tais constatações é o 'Esquenta', da TV Globo. Comandado pela Regina Casé, ele não é um programa ruim. Porém, às vezes martiriza o telespectador com grupos musicais ou cantores da mais baixa qualidade, como no caso da última apresentação, no dia 10 de Março, onde um grupo de funk cantou o sucesso "Lek, Lek, Lek". Uma ''''música'''' que assombra pela falta de sentido.
Sinceramente, não espero que com essa crítica eu mude o péssimo gosto popular brasileiro. Nem espero que o Gusttavo Lima escreva uma música tão boa quanto Cartola. Aliás, dizem que as artes são um reflexo da situação social do país. Então, estamos bem mal. E não espero que um povo que goste de 'Eu quero Tchu, Eu quero Tchá' aprecie uma música de verdade.
Só espero que as pessoas deem mais valor aos ainda bons músicos dos dias atuais. Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Demônios da Garoa, Toquinho, Djavan e muitos outros que produzem MÚSICA. E não um lixo enlatado.
Por fim, peço que comentem. Não sei se estou falando ou pensando besteira sobre o que a música brasileira se tornou. Por favor, apenas digam se concordam ou não. Preciso saber se só eu acho Naldo, Michel Teló e cia. ruim.

Um comentário:

  1. Excelente! Infelizmente nossa cultura se perdeu, espero um dia que não sejamos os "estranhos" por não gostar do que a mídia atual vende para a sociedade!

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