Benito Di Paula

No post passado, comentei sobre o show de Cauby que fui na quarta-feira. Neste mesmo dia, após o show, fui à Livraria Cultura para autografar o livro de Jô Soares, pelo próprio. Enfrentei uma fila de 3 horas, em pé. Porém, tal fato foi compensado. Encontrei com personalidades brasileiras como Juca de Oliveira, Jandira Martini, Cássio Scapin (Nino do Castelo Rá-Tim-Bum) e claro Jô Soares. Mas o mais marcante foi Benito Di Paula. Estava tentando tirar foto com Juca, quando viro de costas e me deparo com o cantor.
Simples, cumprimentou dois bombeiros que passavam ao seu lado. Delirei. Um dos meus ídolos musicais ao meu lado. Desisti de tentar tirar foto com o Juca e foi direto para o cantor. Disse que admirava muito o trabalho dele e que para mim ele era um dos melhores cantores brasileiros. Ele, muito simpático, me agradeceu e me deu um aperto de mão. Pedi para tirar uma foto, que ele atendeu rapidamente. Logo após a foto, as pessoas perceberam quem ele era, sumindo em um monte de pessoas, máquinas e câmeras de TV.

Cauby sings Sinatra

Quarta-feira fui ao show do mito Cauby Peixoto. Acompanhado de minha avó, que estava tão animada quanto eu para ver o cantor, chegamos uma hora antes do previsto do show.
Logo que chegamos no SESC Ipiranga, recebemos das mãos dos organizadores, um flayer contando, em um breve resumo, a vida de Cauby. Além disso, em seu verso, havia uma lista das músicas que Cauby deveria cantar no show. Abaixo segue o panfleto:

Logo após, sentamos em cadeiras que estavam dispostas em leque. As cadeiras são um dos pontos negativos do show. Desconfortáveis, chegamos ao fim do show com intensas dores corporais. Quando faltavam por volta de 30min para o início do show, Cauby adentra no ginásio. Todos levantaram e o aplaudiram de pé. Escoltado por seis seguranças, Cauby passou bem ao meu lado.Alto e com seus cabelos encaracolados, ele jogava beijo para a plateia. Uma senhora ficou emocionada com Cauby, e passou mal. Cauby causou emoção em todos, sejam sentimentos de orgulho ou felicidade.

Cauby, passando ao meu lado.

Passando 5 minutos após o horário marcado do show, Cauby sobe ao palco. Começa cantando a música "Guerreiro Menino", de Gonzaguinha, que emociona a plateia presente. Depois segue o repertório, apesar de trocar algumas músicas, não cantando algumas que estavam marcadas. Porém todas as cantadas emocionaram. Cantou em francês, italiano e espanhol. "Granada" emocionou, e fez a plateia aplaudir de pé. Cauby fez o show sentado, já que não consegue mais ficar o tempo todo em pé. No intervalo entre músicas, Cauby fazia comentários dos músicos, "estes músicos são maravilhosos".

Porém, a parte mais emocionante estava por vir. "Bastidores", de Chico Buarque, fez a plateia cantar junto e em pé. Cauby parava a música constantemente para agradecer ao seu fiel público. E fechou com chave de ouro: em pé (o que fez o público aplaudir e também levantar das cadeiras) Cauby cantou "Conceição" em coro. Lindo e emocionante. Perfeito. Cauby mostrou que continua sendo o mesmo Cauby de sempre. O mito.

Ingresso do show

Infelizmente Cauby não deu autógrafos, tirou fotos ou cantou o BIS, clamado pelo público ao final do show. Mas não importa. Cauby continua sendo Cauby. E seja o que ele faça, continua sendo o mito.

Elis Regina

A Pimentinha ou Elis Regina foi uma das maiores (quiça a maior) cantoras do Brasil. Elis se representava no palco de forma teatral e com grande força sentimental.
Dentre seus maiores sucessos estão os álbuns "Falso Brilhante" e "Poema de Amor".
Ela foi contratada pela Rádio Gaúcha, vivendo no Rio Grande do Sul, sua terra natal, até 1964. Neste ano, Elis foi para o Rio de Janeiro, contratada pela TV Rio.
Elis lançou músicas nos mais diversos estilos musicais. Samba, com Adoniran Barbosa; Bossa Nova, com Tom Jobim e MPB; com Chico Buarque.

Elis ficou nacionalmente e internacionalmente conhecida após interpretar "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, em um dos inúmeros festivais musicais.
Elis ainda foi responsável pelo lançamento de inúmeros compositores. Gilberto Gil, João Bosco, Milton Nascimento e Renato Teixeira. 

Elis faleceu aos 36 anos por altas doses de cocaína e bebida alcoólica. 

Cauby no SESC

Para lembrar, quarta-feira irei ao show do Cauby Peixoto no SESC Ipiranga. À noite não será possível postar as fotos, por isso só postarei na quinta-feira.
Também farei uma avaliação do show e como é a desenvoltura de Cauby no palco.

O ENEM e a MPB

Neste último fim de semana realizei o Exame Nacional do Ensino Médio, vulgo ENEM, em que milhares de jovens vão perder seu final de semana para realizar esta prova com inúmeras questões dos mais diversos assuntos.
Neste ano, em meio a questões de vaso sanitário, vaga-lumes fêmeas e café demoníaco, houve três questões, presentes na prova de Português que me chamaram a atenção. Duas envolviam Noel Rosa e uma terceira envolvia Rolando Boldrin.
Mais como uma forma de curiosidade, abaixo estão as três questões e alguns comentários meus sobre.

ONDE ESTÁ A HONESTIDADE?

A questão acima trata da música "Onde está a honestidade?", de Noel Rosa. Ela retrata a falta de honestidade, de forma irônica, de algumas pessoas do Brasil. Esta canção ficou conhecida, principalmente, na voz da sambista Beth Carvalho.

NÃO TEM TRADUÇÃO

A música acima, também de autoria de Noel Rosa, é "Não Tem Tradução". Ela ficou comumente conhecida na voz de Caetano Veloso e João Nogueira. Nela, Noel mostra sua indignação perante às palavras estrangeiras que estavam sendo usadas nas músicas brasileiras.

'CAUSOS' DE ROLANDO

Essa questão mostra um dos inúmeros 'causos' de Rolando Boldrin. Este foi um dos publicados na revista Almanaque Brasil, em que Rolando sempre publicava um de seus casos ao final da edição. Abaixo um vídeo com um de seus 'causos' com Almir Sater no programa Sr. Brasil.

João Donato

João Donato, um dos melhores compositores brasileiros, e com certeza o mais conhecido músico do estado do Acre, está relançando um antigo sucesso.
"A Bad Donato", álbum gravado no ano de 1970, está de volta às lojas remasterizado mas com a mesma qualidade da música de João.

Com grandes sucessos como 'A Rã' (ou 'O Sapo') e 'Almas Irmãs', João mostra que continua sendo o ótimo cantor que é.

Além disso, João está fazendo shows no SESC Belenzinho, de Sexta até Domingo, cantando os sucessos deste CD e outros, como "Amazonas" e "A paz".

Patativa do Assaré - Série Nordeste

Terminando a Série Nordeste, desta vez irei falar sobre um poeta e compositor nordestino, que mostrou com clareza as dificuldades que este povo enfrentava e ainda enfrenta.
Patativa do Assaré foi uma das principais figuras musicais do século XX. Publicou alguns livros de poesias, como "Inspiração Nordestina". Este livro foi apoiado por José Arraes de Alencar, que logo que ouviu os poemas sendo declamados por Patativa na rádio, sentiu o potencial que o compositor cearense possuía. Abaixo uma de suas poesias:

Caboclo Roceiro
Caboclo Roceiro, das plaga do NorteQue vive sem sorte, sem terra e sem lar,A tua desdita é tristonho que canto,Se escuto o meu pranto me ponho a chorar.....
Tu és meu amigo, tu és meu irmão.

Além desse livro de poesias, Patativa escreveu mais 11 livros. Dentre os mais conhecidos estão "Ispinho e Fulô" e "Aqui tem coisa".
O que mais impressiona no artista Patativa é a sua abrangência e habilidade nas mais diversas atividades que exercia.
Patativa também era cantor. Em 1979, Patativa gravou seu primeiro LP em parceria de produção com o também cantor Raimundo Fagner. O LP, chamado "Poemas e Canções", fez sucesso e agradou a crítica em geral.

Patativa morreu aos 93 anos, em Assaré, cidade onde nasceu, viveu e morreu.

Cartola - O Mundo é um Moinho

Hoje comprei um CD do Cartola chamado "O Mundo é um Moinho". O CD, póstumo a morte do compositor carioca, é fantástico. Com os seus maiores sucessos, quase todos na voz de Cartola, mostram um pouco da genialidade do sambista.

Com músicas conhecidas pelo grande público, como "As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "O Sol Nascerá" e "Sim", todas essas na voz de Cartola.

Além dessas, há duas músicas na voz de outros cantores. A primeira, "Autonomia", de Elizeth Cardoso, tem uma boa interpretação mas não emociona como a letra da música exige. Já a segunda, "Alvorada", de Pery Ribeiro é fantástica. Com uma ótima interpretação, consegue chegar perto das outras músicas do CD cantadas pelo sambista carioca.

NOTA DO CD: 9,0

Renato Russo

Hoje, dia 11 de Outubro, se completa 15 anos da morte do vocalista do grupo Legião Urbana. Dizer só vocalista de um grupo é errado. Vamos lá. Renato Manfredini Júnior, ou melhor, Renato Russo, foi vocalista, compositor, poeta e sobretudo um ser humano sensacional.
Quem nunca ouviu as músicas Que país é esse?, Faroeste Caboclo, Pais e Filhos e Eduardo e Mônica. São canções que entraram para o cancioneiro popular e que até hoje são veneradas por todas as gerações.

O início do Legião Urbana foi de músicas meramente de críticas sobre a sociedade brasileira. Tais como Geração Coca-Cola e Será. Músicas emblemáticas de sua carreira.Porém algumas músicas tratavam sobre outros assuntos, o que provavelmente levou ao sucesso do grupo.

Em 1989 Renato foi diagnosticado soropositivo. Renato, apesar disso, continuou com os trabalhos do grupo, lançando o último álbum A Tempestade ou o Livro dos Dias, lançado em 1996, 21 dias antes da morte de Renato.

Cauby Peixoto

Na quarta-feira, dia 26 de Outubro, no SESC Ipiranga, irá ocorrer um show do cantor Cauby Peixoto. Ele irá cantar as canções de seu CD "Cauby canta Sinatra", dentre as canções há seus maiores sucessos como "My Way", "New York, New York" e "Fly Me To The Moon".

O ingresso custa 16 e reais e o show está marcado para as 16 horas.

Luiz Gonzaga - Série Nordeste

Dando continuidade a nossa 'Série Nordeste', desta vez falaremos um pouco sobre o mais conhecido compositor e cantor nordestino e um dos mais conhecidos do Brasil, Luiz Gonzaga.
Nascido em uma das mais pobres zonas de Pernambuco, Luiz logo quando pequeno já começou a ter o gosto pela música. Aos 18 anos, Luiz se apaixonou por Nazarena, filha do coronel da região, que quando descobriu a paixão deu uma surra em Gonzaga que, desiludido, foi servir o exército por um total de nove anos, viajando as mais diversas cidades do nordeste e de todo Brasil afora.
Em uma destas cidades que visitou, Juiz de Fora em Minas Gerais, Luiz conheceu um acordeonista e começou a tomar gosto pela música. Em 1939, Luiz desistiu do serviço militar para se dedicar totalmente à música. Aí começou a carreira do maior cantor dos problemas da região mais seca e humilde do país, mas não menos bela: o Nordeste.

Cantando a música "Vira e Mexe" de sua própria autoria, Luiz se lançou ao sucesso na rádio brasileira. Com o contrato pela Rádio Nacional. Depois disso foram só sucessos. Músicas como "Sabiá", "Asa Branca", "Juazeiro" e "A Vida do Viajante". Além disso, parcerias com os mais ilustres compositores brasileiros, como Patativa do Assaré, Manezinho Araújo e Dominguinhos. 

O 'Rei do Baião' morreu em 1989, aos 76 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

Amigo É Pra Essas Coisas - MPB4

Adoniran no Emmy

O programa "Por Toda Minha Vida", homenageando Adoniran, foi indicado ao Emmy. O resultado sairá em 21 de Novembro, sendo que concorrerá na categoria de Programa Artístico!

                                                   

Tomara que Adoniran represente bem e leve este Emmy!

Clara Nunes em Quando eu vim de Minas

Adoniran e os Titulares

Existe um site, o sambaderaiz.net, em que se tem os mais diversos álbuns do samba de raiz. Encontra-se desde Monarco, Beth Carvalho, Jorge Aragão, Fundo de Quintal, entre outros.
Esta semana estava procurando por músicas do Adoniran no site quando me deparei com um álbum intitulado "História da MPB" em que há composições exclusivamente paulistas, de Adoniran e de Paulo Vanzolini. Estava escutando as músicas quando em deparo com uma pérola da música: gravações raras de Adoniran, cantando Samba do Arnesto e Tocar na Banda, com o grupo Titulares do Ritmo.
São gravações raras de Adoniran e que devem ser propagadas. Vale a pena conferir!

"História da MPB" - Gravações raras de Adoniran

Dorival Caymmi - Série Nordeste

De novo venho escrever este post pela sugestão da leitora Luzia Telles. A vez agora é sobre Dorival Caymmi. Dorival é um dos mais conhecidos cantores baianos e um dos maiores cantores da música nordestina. "Ninguém cantou o mar como Dorival", disse Luzia. Dorival é mesmo um marco para a música brasileira.
Com seu ritmo lento e vagaroso, que estereotipou a figura do baiano como alguém preguiçoso, Dorival conquistou rapidamente os corações do povo brasileiro.
Parceiros inigualáveis acompanharam Caymmi, como Carmen Miranda, cantando a canção "O que é que a baiana tem". Além disso, Dorival teve uma das maiores graças da música: ser reconhecido um ótimo cantor e compositor, sem hipocrisias ou falsidades, por quase todos cantores brasileiros, incluindo Tom Jobim:

O Dorival é um gênio.Se eu pensar em música brasileira, eu vou sempre pensar em Dorival Caymmi.Ele é uma pessoa incrivelmente sensível, uma criação incrível.Isso sem falar no pintor, porque o Dorival também é um grande pintor.

Por isso Dorival merece respeito e reconhecimento. Abaixo alguns vídeos de Dorival:

Dorival e Carmen em "O que é que a baiana tem"

Tom e Dorival em "Samba da Minha Terra"

        Dorival Caymmi em "Marina Morena"

A partir deste post iniciarei uma série de artigos sobre os mais diversos cantores e compositores do nordeste, desde Luis Gonzaga à Patativa do Assaré.

Mande suas sugestões para a "Série Nordeste"